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Um sopro de esperança - Tekoa Itakupe

Em março de 2015 foi determinada a reintegração de posse da aldeia Tekoa Itakupe (em guarani, significa Atrás da Pedra e se refere ao Pico do Jaraguá onde a aldeia é firmada.) Antônio Tito Costa, que foi deputado federal e prefeito de São Bernardo entre 1970 e 1990 se dizia proprietário do terreno, onde a família da sua falecida esposa tinha adquirido o terreno em 1947. Essa disputa durou desde 2005 quando os guarani ocuparam o local. Foi difícil pois sem auxílio não conseguiram permanecer por muito tempo.

Porém, em 2013 a FUNAI demarcou 532 hectares como Terras Indígenas, incluindo o terreno que Tito Costa afirma ser proprietário.

A área da Tekoa Itakupe tem aproximadamente 72 hectares

Os guarani MBya vivem em uma das menores aldeias, Tekoa Pyau aos pés do pico do Jaraguá onde o antigo Cacique Ari dizia ser um local “horrível pois não conseguem plantar, as crianças ficam estressadas, vivem na rua”. A Tekoa Itakupe, determinada Terra Indígena após muita resistência dos índios da região se tornou um filtro de esperança. Como uma aldeia diversa, encontra-se guaranis Mbya, guarani kaiowá, pataxó entre outras diversidades.

Há diversos projetos na Tekoa Itakupe. Após recuperar as nascentes destruídas no passar dos tempos, fazem o reflorestamento e constroem casas para que todos os índios da região possam ir morar lá. Para Wera Popy Gua, 23 anos, estudante de pedagogia.“É bom, aqui dá uma paz. Podemos plantar, dançar, manter a cultura.”

Existem tanques de água que os índios fazem pelas próprias mãos e ajuda voluntária, buscam construir uma Casa de Reza para manter os rituais. O TETO, uma organização internacional que ajuda de diversas formas comunidades precárias entre outras, auxília hoje na Tekoa Itakupe na construção de casas para os indígenas.

Após anos de luta hoje os índios podem construir sua aldeia “Há um tempo atrás a gente falava em 20 anos para uma terra ser demarcada, hoje na conjuntura atual do país a gente não tem perspectiva nenhuma na demarcação das terras indígenas por conta do congresso nacional por conta do governo que também são representantes dessa política econômica de destruição dos recursos naturais sem nenhum tipo de respeito pelos povos que vivem dentro da natureza, dentro da mata. Então nós guarani estamos lutando pela demarcação, voltamos para nossa terra como forma de Resistência.” afirma o novo Cacique, David Karai Popygua.

A luta é para mostrar que existem povos indígenas com direito pela posse da terra, onde as mesmas terras são motivos de disputas de outras pessoas pelo mesmo hectar. “Nenhum homem é capaz de inventar uma árvore, uma cachoeira, uma água, não é capaz de produzir isso.”

O problema vem da monocultura que os indígenas não tem o conhecimento, como do eucalipto, soja, cana e do milho. "Esse não é o nosso conhecimento essa relação com a natureza, a natureza para nós é um templo sagrado. Não pode entrar de qualquer jeito.” Conta David.

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