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Passe Livre Estudantil é reduzido.

Um aluno do ensino fundamental ou médio que depende do bilhete único para ir e vir mesmo morando próximo a escola, evitando os contratempos do cotidiano paulista como furtos, assédios, entre outros problemas peculiares de uma cidade como São Paulo pode ser afetado com o novo decreto da Prefeitura. A ideia é cortar as cotas antes 24 horas e 8 cotas para usar livremente, na mudança no Diário Oficial da Cidade os alunos terão apenas duas cotas e uma delas com prazo de 2 horas.

 

Segundo a Prefeitura, isso será feito à partir do dia 1 de Agosto para evitar que o aluno usem o Passe Livre para ir e vir também do trabalho fazendo com que o empregador não dê o benefício ao empregado, no caso, o VT (Vale-Transporte) mas nem todo trabalhador recebe e precisa tirar do próprio bolso.

 

A medida causa certo desconforto, pensando em um aluno da periferia que precisa fazer trabalhos escolares com o uso do bilhete, terá que pagar as passagens 3,80 ida e volta sempre que precisar. Marcia Regina Clemente Kusakawa, 49, mãe de Enzo, 16, estudante do terceiro ano do Ensino Médio na E.E Raul Fonseca no período da manhã. Usa o bilhete também para ir para a Etec Getúlio Vargas no curso de Mecânica, com a medida iria dificultar o trajeto que apesar de perto a mãe não se sente confortável em deixar seu filho andar sozinho nesse horário, com medo de assaltos, morando no Jardim Vergueiro, entrando às 18:45 e saindo por volta das 22:45. Seu segundo filho, Yuri, 19, conseguiu uma bolsa integral do ProUni e vai cursar Publicidade e Propaganda a partir do 2 semestre. Marcia queixar-se pois terá que a cada dia tirar do bolso as duas passagens extras além das atividades que os filhos tem como lazer, atividades culturais. “Além do mais defendo que os estudantes possam ter passe livre com várias cotas, pois a maioria não trabalha, não tem renda, e aprender não se resume só a ir e voltar para uma escola, podem usar indo a um museu a um teatro ou mesmo para procurar um emprego” diz a mãe. A família depende da renda do pai, Marcos Kusakawa, 47, trabalha com transporte escolar, recebe aproximadamente 2 salários mínimos e não é um emprego fixo, autônomo sustenta sua família e terá dificuldades com o gasto extra.

 

Como um universitário, para um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) são necessárias diversas saídas para buscar o que precisa, como a estudante no último ano de Biologia pelo FIES na Faculdade UNINOVE, Letícia Valsani de Almeida, 24. Mora com seu noivo, Afonso Benjamin e Silva Medeiros, 22. em uma comunidade na região de Pirituba, zona norte de São Paulo, SP. Precisa terminar o seu trabalho de conclusão de curso sobre borboletas na região do pico do Jaraguá e do Villa Lobos. O estudo requer algumas visitas para observar, fotografar e documentar as espécies, algumas raras.

Ambos ficaram seis meses desempregados e buscaram alternativas para a renda, Letícia começou a vender bonecos feitos com biscuit mas sem muito sucesso, recebeu um auxílio da família. Afonso após algum tempo conseguiu um emprego em uma empresa de Telemarketing recebendo um salário mínimo.

A estudante de Biologia trabalha como babá e festas de criança, mas o que recebe não seria o suficiente para ajudar seu companheiro e usar o transporte para fazer suas pesquisas de campo e reclama: “Tenho poucas oportunidades, são poucas as portas que se abrem. Parece pouco para quem vê, mas quem vive sente como foi bom a conquista dos estudantes pelo passe livre e o sofrimento que vai ser tentar saber lidar com as novas normas.” Letícia arruma sua mochila, coloca o que é necessário para mais um dia. Conta suas moedas e na esperança de não usá-las arrisca o seu passe livre, sem sucesso paga a passagem e sua preocupação aumenta.

 

Em um texto publicado na internet, um estudante escreveu que haviam 15 a 20 estudantes parados na Vila Mariana às 8:26 com problema no passe livre. A estudante disse que ao tentar recarregar a máquina apresenta uma mensagem: "FALHA 31"

 

Nesta quinta-feira, 03, os MPL (Movimento Passe Livre) e estudantes na cidades de São Paulo organizam uma manifestação contra essa mudança nas passagens no Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, SP

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