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A Luta Guarani

Texto: André Lucas

Quarta-feira, 30

 

Em uma das tarde mais quentes do inverno paulista marcando 32,2° com a umidade relativa do ar em torno de 24,3% a Av. Paulista sentiu que o clima da terra é alterado quando as coisas ao nosso redor são destruídas. 

Talvez refrescar a garganta, olhos e nariz não importava tanto naquele momento. Era uma marcha de centenas de indígenas vindos de todo Brasil para lutar.

Os pés no chão quente batiam como um tambor, as flechas nas mãos, o cocar na cabeça e a pintura tradicional, aquele chocalho ecoava pelas ruas de uma das avenidas mais conhecida do mundo. Estavam lá tribos originárias desse país cantando e marchando, ocupando a entrada do prédio onde fica o escritório da presidência da república para que seu grito fosse ouvido.

O ônibus que chegou cheio e estacionou nas ruas laterais da avenida Paulista, alimentos e mais índios, mas as notícias que vinham de Brasília não era das melhores mas em seus mais fortes pensamentos continuavam, dançavam.

 

O governo retirou a portaria declaratória  nº581 de 2015 que daria o direito a 532 hectares para os indígenas. Mas no último dia 21 de agosto, o então Ministro da Justiça Torquato Jardim, revogou a portaria abrindo espaço para a iniciativa privada junto ao governo do Estado de São Paulo. A área é de preservação onde existem árvores centenárias, animais silvestres e toda cultura Guarani que poderão ser destruídas, causando medo nos guaranis.

 

“Vamos lutar até a morte” era a frase de um indígena que descalço batia com uma madeira no chão, sempre curvado olhando para baixo sem perder o rumo. Como se respeitasse o chão que pisava, não erguia o nariz, seguia reto.

 

1,7 hectares é o que era destinado para 700 homens e mulheres e 400 crianças sendo uma das menores aldeias do Brasil. Com a portaria declaratória n° 581 eles poderiam deixar de viver em situações precárias para retomar suas terras, plantar seus alimentos e cultivar a cultura guarani.

Nós do C.H.O.C Documental estávamos lá

Por: André Lucas, Gustavo Oliveira e Victória Silva

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